Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP) o define como sendo uma atividade parafuncional diurna ou noturna incluindo o ranger, apertar e cerrar dos dentes. Atualmente, o bruxismo pode ser diagnosticado por meio do exame do sono chamado polissonografia. Além disso, existem outros fatores que auxiliam o diagnóstico como o relato do parceiro de quarto e a presença de facetas de desgaste nos dentes.
 Classificação
Tanto o bruxismo diurno quanto o noturno podem ser classificados como:
– Primário: quando ocorrem sem causa específica;
– Secundário: quando ocorrem na presença de distúrbios neurológicos ou psiquiátricos (doença de Parkinson, depressão e esquizofrenia), ou em decorrência de uso de medicação (neurolépticos, anfetaminas, antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina).
 Quem pode sofrer com isso?
A prevalência varia de acordo com a faixa etária. Números aproximados indicam que o bruxismo do sono está presente em:
– 20% das crianças;
– 8% dos adultos;
– 3% dos idosos.
 Por que o bruxismo acontece?
As causas ainda não estão claramente definidas. Há indícios que seja multifatorial, envolvendo fatores periféricos (como o formato dos dentes e a maneira como eles se tocam) e fatores centrais (como a neurofisiologia do sono: despertares do sono e alterações nas reações químicas cerebrais). Mesmo com a associação entre oclusão e bruxismo, não há evidência de que a correção da má oclusão conduza à resolução do caso.
 O estresse pode causar bruxismo?
O bruxismo pode ser influenciado por fatores sociais e psicológicos (estresse e ansiedade), variando de acordo com o grau de tensão emocional. Porém, ele também pode estar presente em pessoas que não se encaixam nesse perfil psicológico.
 Bruxismo, Dor e DTM
O bruxismo, por muito tempo, foi considerado uma das causas de DTM e acreditava-se que o controle da dor associada ao quadro estava diretamente ligado à diminuição dos episódios de bruxismo.
 A dor presente em pacientes com bruxismo, ocorre devido à fadiga de alguns músculos da mastigação, principalmente o masseter e o temporal, decorrente do ranger ou apertar dos dentes durante o sono.
 Hoje sabemos que não é possível estabelecer a relação causa-efeito entre bruxismo e DTM, mas podemos considerar o bruxismo como um fator que contribui para o quadro de DTM.
 Consequências do Bruxismo
As possíveis consequências do bruxismo são:
– desgaste ou fraturas de dentes;
– dores crônicas na face;
– dor de cabeça ao acordar;
– cansaço mandibular ao acordar;
– dor cervical;
– travamento da mandíbula;
– dificuldade de abrir totalmente a boca;
– alterações na ATM;
– mordida desconfortável.
 Tratamento
O tratamento para o bruxismo do sono pode englobar diversas modalidades incluindo medicação, higiene do sono, relaxamento, terapia comportamental e placas intra-orais.
As placas são indicadas com a finalidade de proteger os dentes e/ou de reduzir dores nas estruturas orofaciais relacionadas.
Visando também o controle da dor muscular ou articular que pode estar associada ao bruxismo, a utilização de aparelhos de laser e TENS também é indicado.
 Curiosidade: Entendendo o bruxismo e o sono
O sono é composto por cinco fases: estágios 1, 2, 3 e 4 e sono REM. Essas fases são cíclicas e se repetem de 4 a 5 vezes durante a noite.
 à possível que o bruxismo ocorra em breves intervalos em que o cérebro esteja mudando de estado de sono para o estado de despertar (ou vigília). Estes períodos são chamados de micro-despertares e são definidos por mudanças abruptas na atividade cerebral que duram de 3 a 15 segundos. Durante esses períodos, ocorre aumento do ritmo cardíaco e do tônus muscular.
Além disso, a atividade da musculatura da mastigação inicia-se minutos antes do estágio do sono REM, sugerindo que algum mecanismo relacionado com a transição dos estágios do sono esteja envolvido com neurônios responsáveis pela contração muscular, facilitando, assim, o início do bruxismo.